Por falar em sexo…

(R)evolução sexual

Mulheres não transam na primeira noite. Mulheres esperam flores e um telefonema no dia seguinte. Mulheres se apegam fácil, se envolvem rápido…
Homens sempre querem transar no primeiro dia. Os homens nem lembram da cara dela no dia seguinte. Os homens querem liberdade e só se apegam ao próprio umbigo.

Papéis…

Quem vai me dizer que nunca ouviu qualquer dessas frases aí em cima? Difícil, não é? Os papéis já foram distribuídos na encenação da vida. Os rótulos também já foram pregados (com cola super bonder!). Tanto que se você quebrar a regra, com certeza vai virar assunto. Homens criticam o conservadorismo de algumas mulheres. Outros avançam sobre a atitude ostensiva, o ataque.

Isso ou aquilo?

Se ela decidiu transar na primeira noite, pode passar de princesinha a “piriguete”, pra usar o termo da moda. Essa daí transa com todo mundo, é o que muitos pensam. Mas se ela não transa, é conservadora, não evoluiu no tempo. Se ela quer namorar sério, é precipitada. Precisa ir com calma. Mas se ela não está a fim de nada sério, não se fazem mais mulheres como antigamente.

Quem diria…

A tal da revolução sexual está tão complexa que ninguém sabe direito o que quer, como quer e de que forma quer. Essas mudanças de comportamento geram transtornos, claro. Normal. Imaginem, meninos, depois da farra, ela convidá-los ao motel, pagar a conta e ainda deixá-los em casa? Há décadas, quem imaginaria que algo assim poderia acontecer? Hoje isso é plenamente possível.

Tabus

Mas o problema mesmo são os tabus, os conceitos prévios, a cobrança social. Julgar faz parte. Somos humanos e racionais (???). Pensamos, avaliamos, inevitavelmente lançamos opiniões sobre o que está à nossa volta. Agora, já que temos o poder do discernimento, que pelo menos tentemos utilizá-lo de forma positiva.

Sobre Alane Virgínia

Apaixonada por livros, letras, sons, imagens e pessoas. Advogada por vocação e jornalista nas horas vagas.
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7 respostas para Por falar em sexo…

  1. Neo disse:

    O outro lado da moeda?

    A impressão de tudo isso é que em pleno século 21 ainda trombamos com questões que talvez já nem deveriam ser tanto problema ou tanto tabu. Sexo, amor, traição, sexualidade, homossexualidade, escolhas, idas e vindas.

    Tá certo que estamos falando aqui de revolução, mas parece que ela ainda não chegou totalmente e o homen continua rotulado como “o caçador”e a mulher como “a caça”.

    Em alguns lugares e em muitas cabeças esta máxima já se inverteu. Hoje as mulheres chegam muito mais, demonstram interesse e até partem para o “ataque”, tomando iniciativa da conquista. Em outras cabeças e mundos, no entanto, isso ainda não se inverteu e aí está o X da questão: o homem continua com aquela idéia de que tem mulher “pra curtir” e mulher “pra casar” como se isso fosse a solução para os relacionamentos.

    Para mim, é um rótulo que acaba não se encaixando em nenhuma das hipóteses possíveis. Alguém que pensa assim, casa com alguém que ‘não serve pra curtir’ e constrói um relaciomamento sem estrutura firme, porque precisa sair pra curtir com outro alguém. Complexo, não?

    No final das contas também, alguém não está sendo totalmente verdadeiro na história. Se, e somente se, o objetivo é curtição, não há o que reclamar depois. Certo? Nem sempre, pois é bem aí onde o sentimento e o envolvimento quebram a lógica bem ao meio. Se o que era pra ser curtição torna-se em envolvimento unilateral, a coisa desanda e os rótulos (pregados com super bonder) surgem na história com força total e não há o que remova esta idéia fixada num momento de carência e culpa ou expectativa frustadas.

    É bem aí que a revolução acaba não se aplicando e voltamos à velha máxima. Um loop interminável que rotula cada um em “pra casar ou pra curtir”.

    E viva a (r)evolução…

    Beijo do Neo
    Todos os Sentidos.wordpress

  2. andreiasantana disse:

    É isso mesmo Neo, acredito que alguns homens e também mulheres, lógico, ainda se assustam com o fato das moças, que deveriam manter-se castas eternamente, assumirem as rédeas do próprio destino, afinal, vivemos séculos de paternalismo, patriarcalismo e outros ismos e apenas algumas décadas de liberdade. E nem estou falando de queimar sutiã em praça pública, radical(ismo) não é bom de nenhum dos lados. O bom mesmo é enxergar o que há por trás da anatomia e das pequenas diferenças sensoriais que separam homens e mulheres em dois gêneros distintos e buscar onde é que está o complemento no meio dessa diversidade.

  3. Wilson Gasino disse:

    Tema difícil. Desde que o mundo é mundo.

    Sei que o site é voltado para as meninas, mas, se posso fazer uma (pequena) defesa dos homens, gostaria de dizer que eles também andam confusos com tantas mudanças de papéis, cobranças e quebras de paradigma.

    Lembro ainda que os homens (em sua maioria) foram criados por mulheres que ajudaram a cristalizar tantos preconceitos e cobranças sobre a figura feminina. Isso me lembra um pouco aquele filme com Nicole Kidman: Mulheres Perfeitas (Stepford Wives), onde as mulheres são descerebradas para serem controladas pelos homens, virando meros objetos. No final, o filme revela que quem comandava tudo era uma mulher, que controlava os homens e todas as outras mulheres.

    Tema difícil. Desde que o mundo é mundo. Acho que cada relação é uma relação e cada pessoa é diferente da outra. Ninguém é tão anjo e nem tão diabo assim. Como diz aquela música do U2: “A vampire or a victim,
    It depends on whos around”. (Stay)

    Bom, de qualquer forma, quero elogiar o site, o texto e a coragem de propor esse debate, mesmo sendo tão difícil e tão atávico.

    Valeu, beijos e sucesso.

  4. alane disse:

    No fundo, no fundo, fazemos todos parte deste espetáculo chamado vida. Cada um com suas confusões, aprendendo a encenar seus papéis e tentando se adaptar às bruscas mudanças que nos são impostas por segundo.

    E no meio deste ensaio eterno, o mais apaixonante é poder travar este diálogo, trocar estas idéias, ouvir um ao outro, abraçar teorias, aprender com o outro e tentar compreender o universo de coisas que acontecem ao nosso redor.

    Que bom ler seu comentário aqui. Que bom ler os elogios. Sua opinião é muito importante. E você sabe que é.

    Beijos, querido, e volte sempre. Você é um convidado especial.

  5. Davi B. disse:

    Rótulos sempre são asfixiantes. Mordaças violentas que lhe limitam o pensamento. No entanto, assim como as regras, os rótulos foram feitos para serem estraçalhados. Não somente ultrapassados. Digo estraçalhados mesmo, no sentido de dilacerado com força repulsiva extrema.

    Alguns dirão que, infelizmente, chegamos ao momento da destruição pelo mero motivo da desordem. Uma desconstrução sem sentido que não nos leva à nada, a não ser ao próprio nada. O niilismo contemporâneo de mercado.

    Surge, então, essa falta de valores, este “não saber o que se quer”. Cada um por si e o diabo por nós todos. Uma lástima. Um destempero que provoca centenas de laudas difamatórias contra à sociedade moderna, largada nas leis da indústria e provocando o fim da História.

    No entanto, na minha mal-afamada opinião, tudo não passa de pura ilusão. Estamos sim nos modificando. Estamos fazendo uma transformação que, finalmente, nos arrasta para a encruzilhada propalada nas profecias maias. Acabamos com tudo ou evoluimos juntos. O que vai acontecer, não sou eu que posso afirmar.

    Posso apenas garantir que, no fundo disto tudo, não estará o nada. Estará a ideologia que, assim como o capeta, fez um excelente trabalho de marketing aos nos fazer desacreditar de sua existência.

    Ao que voltamos aos rótulos e à revolução sexual. Pobres passantes neste teatro tresloucado em que vivemos. De modo que quebraremos tudo, encontraremos o outro lado na revolução, reclamaremos outra vez e, depois, voltaremos para aquela pergunta que nunca vamos responder. Que raios estamos fazendo aqui?

    Ou não.

  6. Vívian Almeida disse:

    Gostei do assunto, já queria fazia um temppo escrever um post sobre o tema, ai me encorajou, dá uma espiada no link abaixo, pois este assunto está longe de ter um ponto final.

    http://letrasenumeros.wordpress.com/

    Bjão

  7. Pingback: Traição, infidelidade e afins « Conversa de Menina

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